sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ambiente letrado em casa e na escola

O papel da escola de educação infantil e da família, nesse início de processo, é amplo e rico: é fazer com que a criança leia o mundo e comece a expor suas primeiras palavras e idéias no papel - ainda que não o faça de um jeito perfeito, correto, convencional. E isso não é fácil. Exige autoconfiança, crença em si próprio. Ela trocará letras, inverterá sílabas, inventará traçados. Tudo faz parte. Significa que está buscando aproximar-se desse universo simbólico. Por esse motivo, propicie a seu filho um ambiente em que o mundo das letras esteja presente e que possa ser referência em suas descobertas. Aqui vão algumas dicas que podem ajudar a iniciação:
· Ofereça desde cedo um acervo de livros com textos e ilustrações - uma pequena biblioteca construída e organizada com seu filho.
· Visite livrarias, faça com que tenha contato com diferentes materiais.
· Disponibilize lápis de cera, blocos de desenho para os primeiros experimentos.
· Conte-lhe, ao menos, uma pequena história diariamente.
· Folheie livros na sua presença.
· Peça que lhe conte histórias, manuseando livros.
· Peça que registre as histórias contadas com desenhos, palavras, frases.
· Deixe que a observe realizando alguns de seus escritos, como suas listas de compras, por exemplo. Procure fazê-las na letra de forma.
· Corrija seu filho quando falar de forma infantilizada ou não compreensível.
· Não ensine, nem exija que ele comece seus registros com a letra manuscrita. Letra do tipo bastão ou de fôrma são as mais indicadas nesse período.


A glória de aprender com prazer

Essas pequenas iniciativas fazem com que a criança tenha mais recursos para solucionar suas dúvidas, buscar respostas. Valem mais do que extensos, mecânicos e insatisfatórios exercícios de caligrafia. Na realidade, são maneiras de fazer com que o pequeno comece sua alfabetização com prazer, significado e gosto. Também vale lembrar que, nesse período tão rico e repleto de descobertas, a escolha da escola de educação infantil é essencial. Evite as escolas chamadas "preparatórias", aquelas que garantem o ingresso fácil no ensino fundamental. Em alguns casos o ritmo de trabalho dos alunos é acelerado e isso faz com que haja perdas preciosas, quadro que se complicará mais tarde. Uma boa pré-escola tem seu próprio projeto pedagógico e a passagem de seus alunos para a primeira série se faz de forma natural, como resultado de um processo construído ao longo da primeira infância.Cada qual tem sua horaLembre-se: a aquisição da leitura e da escrita está profundamente ligada aos contatos com o universo escrito dos 0 aos 6 anos. Por isso mesmo, definir um momento certo para esse aprendizado, igual para todas as crianças, é desconsiderar experiência e maturidade individual. Cada criança é única, fato que precisa ser considerado por escolas e famílias. Sempre. É o que dará a medida do tempo apropriado, o que permitirá que não se antecipe nem se retarde a alfabetização.

*Norma Leite Brandão é pedagoga e educadora da VERCRESCER assessoria educacional.
Os níveis estruturais da linguagem escrita podem explicam as diferenças individuais e os diferentes ritmos dos alunos.


1) Nível Pré-Silábico- não se busca correspondência com o som; as hipóteses das crianças são estabelecidas em torno do tipo e da quantidade de grafismo. A criança tenta nesse nível:
diferenciar entre desenho e escrita
utilizar no mínimo duas ou três letras para poder escrever palavras
reproduzir os traços da escrita, de acordo com seu contato com as formas gráficas (imprensa ou cursiva), escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas hipóteses de escrita
percebe que é preciso variar os caracteres para obter palavras diferentes

2) Nível Silábico- pode ser dividido entre Silábico e Silábico Alfabético:Silábico- a criança compreende que as diferenças na representação escrita está relacionada com o "som" das palavras, o que a leva a sentir a necessidade de usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatória, usando apenas consoantes, ora apenas vogais, ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras.Silábico- Alfabético- convivem as formas de fazer corresponder os sons às formas silábica e alfabética e a criança pode escolher as letras ou de forma ortográfica ou fonética.
3)Nível Alfabético- a criança agora entende que:
a sílaba não pode ser considerada uma unidade e que pode ser separada em unidades menores
a identificação do som não é garantia da identificação da letra, o que pode gerar as famosas dificuldades ortográficas
a escrita supõe a necessidade da análise fonética das palavras


“Deus, em sua infinita sabedoria, criou a família, para que os seres humanos tivessem um lugar de apoio, de encorajamento mútuo, consolo nas horas difíceis. Enfim, um espaço para rir, chorar e sonhar.

Abra o coração e deixe Cristo entrar na sua família.”