Bons professores e alto nível de exigência são indicadores de sucesso em educação na Finlândia
Marina Morena Costa
São Paulo
A
Finlândia tem o sistema educacional considerado o melhor do mundo. Foi
três vezes campeã do Programa Internacional de Avaliação por Aluno
(PISA), a mais abrangente avaliação internacional de educação, feita
pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo
o professor Reijo Laukkanen, do Internacional Education Policy, da
Universidade de Tempere, na Finlândia, o segredo do case de sucesso
deve-se em grande a formação dos professores finlandeses e as altas
expectativas que eles têm de seus alunos.
Durante palestra
realizada nesta quinta-feira, no Educador – Congresso Internacional de
Educação, em São Paulo, Laukkanen explicou que os professores estão
entre os profissionais mais populares da Finlândia. Os salários são
bons, mas não o suficiente para atrair os jovens profissionais. A
reputação da carreira é o principal fator na escolha. "Não é o salário
que torna a carreira tão popular e atraente na Finlândia. Nossos
salários estão em desvantagem em relação aos de outros países da Europa.
A diferença é que todos os nossos professores têm mestrado em educação e
a carreira acadêmica é extremamente respeitada."
As tecnologias
educacionais, forte tendência no Brasil, não influenciam o bom
desempenho dos alunos finlandeses e não têm a ver com as melhores notas,
de acordo com Laukkanen. "Temos tecnologia nas escolas, mas os
professores não a usam. As crianças têm mais acesso à tecnologia em casa
do que na escola. Algumas cidades têm lousas interativas, digitais, mas
nossa educação não é baseada em tecnologia e sim em professores", conta
o professor, que também é conselheiro na Finnish National Board of
Education (FNBE).
Não há um segredo da educação finlandesa. Para
Laukkanen, o sucesso vem de uma combinação de fatores, além do bom corpo
docente. "A educação é nacional, com um currículo unificado e tem como
objetivo o país obter um bom desempenho. Tanto faz onde você colocar o
seu filho porque em qualquer lugar da Finlândia a educação é a mesma.
Nossos profissionais de educação têm autonomia, liberdade, são
reconhecidos e respeitados."
Alem disso, o professor aponta a
alta expectativa de desempenho dos alunos e o suporte às crianças que
não conseguem acompanhar o ritmo. "Quando sobe a exigência, quando o
objetivo é mais alto, o nível de qualidade sobe bastante", analisa. "Na
Finlândia, as mentes mais brilhantes se tornam professores. São a chave
principal do nosso sucesso. Temos também uma boa estrutura política
educacional. Se não tivéssemos essa base de apoio, não adiantaria ter
bons profissionais."
Carga horária
A
carga horária na Finlândia se aproxima do período integral no Brasil. É
mais tranquila nos primeiros anos e aumenta gradativamente. "Nos
primeiros anos as crianças passam 19 horas por semana na escola. No
quarto ano aumenta para 23 a 24 horas por semana, até chegar a 30 horas,
na 7ª e 9ª série. Procuramos poupar os pequenos", brinca Laukkanen.
Fonte: Todos pela educação. iG Educação
Capturado em :http://www.todospelaeducacao.org.br/Comunicacao.aspx?action=5&mID=7628