terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A ESCOLA E SEU PAPEL SOCIAL NOS TEMPOS ATUAIS


A missão da escola, nos tempos atuais e de acordo com a legislação em vigor, é promover o pleno desenvolvimento do aluno, preparando-o para a cidadania e qualificando-o para o trabalho.

Visando refletir sobre a função social da escola, devemos considerar que esta hoje, situa-se entre a tradição e a modernidade, entre o acesso aberto a todas as fontes de informação e conhecimento e a absoluta falta de condições primárias de estudos em periferias pobres; entre o social e o individual; entre as perspectivas de longo prazo e as necessidades imediatas; a competição e a igualdade de oportunidades; a economia globalizada e a valorização da micro-produção e por fim entre o universal e o local.

Assim como a sociedade vive uma crise de paradigmas, com aspectos modernistas e pós-modernistas, a escola também está atendendo alunos de diferentes tempos culturais, convivendo com a coexistência de características ora modernas, ora pós-modernas. Para realizar esta transição histórica, a escola deve estar atenta a pontos como: multiculturalismo, diversidade, autonomia, conteúdos significativos, unidade entre historia e sujeito e visão de mundo abrangente.

Conforme Penin & Vieira (2002, p. 26):

Há a necessidade de a escola repensar profundamente sua organização, sua gestão, sua maneira de definir os tempos, os espaços, os meios e as formas de ensinar, ou seja, o seu jeito de fazer escola e hora de jogar fora as roupas velhas e tornar a vestir a escola, a partir da essência de sua função social que permanece: ensinar bem e preparar os indivíduos para exercer a cidadania e o trabalho no contexto de uma sociedade complexa, enquanto se realizam como pessoas.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no 9.394/96, proporciona aberturas para a escola redefinir suas estruturas, seu projeto pedagógico, seu papel na atualidade. Para tanto, não basta somente o estudo sobre novas propostas de organização, gestão e avaliação; é importante acima de tudo, a esperança em uma escola diferente e a vontade de mudar o que e preciso. É necessário o entendimento de que a escola tem que evoluir, dentro de suas possibilidades e necessidades e para tanto o trabalho coletivo, a participação da comunidade escolar torna-se de extremo valor, pois constituem a “voz da escola”, o termômetro que avaliará o que e preciso mudar ou não.

Dando continuidade ao pensamento de Penin & Vieira (2002, p. 26):

A escola ainda é a porta de entrada da maioria da população para o acesso ao mundo do conhecimento, pois vivemos um período no qual a informação esta a um só tempo disponível como nunca esteve e, contraditoriamente, inacessível a grandes parcelas da nossa população.

Neste contexto, a escola tem que tornar-se significativa. O ato educativo deve ter como meta a aplicação, a utilidade do que se aprender, a relação dos conteúdos com a realidade. A escola deve preocupar-se com a formação da consciência critica, para isso deve investir em novos conteúdos, métodos, espaços, atores pedagógicos e formas de avaliação. Em todas estas inovações, o aluno deve ser ouvido e seu espaço de participação ampliado, pois a escola não pode esquecer que a aprendizagem do aluno e seu único objetivo.

Kuenzer (2003, p. 49) afirma:

A escola deverá propiciar a apropriação do conhecimento por meio da articulação com seu lócus de produção: o mundo das relações sociais e produtivas. Esta articulação e a nova função do professor, que não mais ensina por meio de relações interpessoais com os alunos, mas estabelece a mediação entre eles e a ciência no seu acontecendo, na práxis social e produtiva, gerenciando, portanto, o processo de aprender.

Dessa forma, a proposta de educação atual, exige que a escola desenvolva integralmente a personalidade do aluno, explore todos seus talentos, sejam eles na área da memória, raciocínio, imaginação, capacidade física, no sentido de estética ou na facilidade de comunicar-se com os outros.

Num mundo em processo de globalização, novas demandas colocam-se para a escola e para aqueles que participam de sua gestão.

Novos pilares para a educação no século XXI se firmam: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser para falar apenas de algumas das múltiplas aprendizagens necessárias a um mundo sob o signo da mudança (PENIN & VIEIRA, 2002, p. 43).

As novidades provenientes dessa nova visão de escola exigem também um novo perfil de professor que deve estar preparado para atender as necessidades do aluno que está chegando às nossas escolas, atualmente. Faz-se necessário analisar o papel destas duas peças-chave do processo ensino-aprendizagem: o professor e o aluno.

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