Pode-se
escrever
Pode-se escrever sem
ortografia
Pode-se escrever sem sintaxe
Pode-se escrever sem português
Pode-se escrever numa língua sem saber essa língua
Pode-se escrever sem saber escrever
Pode-se pegar na caneta sem haver escrita
Pode-se pegar na escrita sem haver caneta
Pode-se pegar na caneta sem haver caneta
Pode-se escrever sem caneta
Pode-se sem caneta escrever caneta
Pode-se sem escrever escrever plume
Pode-se escrever sem escrever
Pode-se escrever sem sabermos nada
Pode-se nada sem sabermos
Pode-se escrever sabermos sem nada
Pode-se escrever nada
Pode-se escrever com nada
Pode-se escrever sem nada
Pode-se não escrever..
Pode-se escrever sem sintaxe
Pode-se escrever sem português
Pode-se escrever numa língua sem saber essa língua
Pode-se escrever sem saber escrever
Pode-se pegar na caneta sem haver escrita
Pode-se pegar na escrita sem haver caneta
Pode-se pegar na caneta sem haver caneta
Pode-se escrever sem caneta
Pode-se sem caneta escrever caneta
Pode-se sem escrever escrever plume
Pode-se escrever sem escrever
Pode-se escrever sem sabermos nada
Pode-se nada sem sabermos
Pode-se escrever sabermos sem nada
Pode-se escrever nada
Pode-se escrever com nada
Pode-se escrever sem nada
Pode-se não escrever..
Hipótese pré-silábica
A criança
não registra traços no papel com a intenção de realizar o registro sonoro do
que foi proposto para a escrita.
Nível 1 – Escrita indiferenciada
- Baixa diferenciação entre a grafia de uma palavra e outra;
- Traços semelhantes entre si;
- Traços descontínuos – se a criança tem maior contato com letras de imprensa;
- Traços contínuos – se a criança tem mais contato com a escrita com letra cursiva;
- O que diferencia uma palavra da outra é a intenção do produtor, portanto, a interpretação só poderá ser feita por quem escreveu;
- Muitas vezes a criança não consegue identificar o que escreveu – leitura instável;
- Costumam grafar palavras de acordo com o tamanho do que está representando;
- Algumas vezes usam como estratégia o pareamento de desenhos com as palavras – para poder ler com mais segurança – mas também pode caracterizar uma certa insegurança ao decidir que letras deva usar. Essa dificuldade acontece porque ainda não compreendem a função da escrita e confundem o que é escrita com desenhos.
Nível 2 – Diferenciação da escrita
- A característica principal das escritas desse nível é a tentativa sistemática de criar diferenciações entre os grafismos produzidos; mas a escrita continua não analisável em partes levando a criança a interpretá-la globalmente;
- Hipótese da quantidade mínima de caracteres e a necessidade de variá-los;
- Já possuem a intenção de objetivar as diferenças do significados das palavras;
- Arranjam as letras que conhecem – por poucas que sejam
- Na figura abaixo, Bárbara demonstra notável aquisição cognitiva quando arranja as 6 letras que conhece (I-E-A-F-L-P) de forma a representar as palavras sugeridas
- Nesta idade ainda não tem mecanismo para comparar palavras que não estejam próximas.
- Neste nível poderá ter se apropriado de algumas escritas estáveis – principalmente do próprio nome
Hipótese silábica
- A criança inicia a tentativa de estabelecer relações entre o contexto sonoro da linguagem e o contexto gráfico do registro;
- A estratégia da criança é a de atribuir a cada letra ou marca escrita o registro de uma sílaba falada; essa marca poderá ser uma letra (com valor sonoro convencional ou não), pseudoletra, número;
- A criança começa a perceber que a escrita representa partes sonoras da fala;
- Conflito, principalmente quando tem que escrever palavras monossílabas – para eles é necessário um número mínimo de letras para cada palavra;
- Muitas vezes enxertam letras no meio ou final das palavras para que possa parecer estar escrito uma palavra correta;
- Não é necessário empregar o valor sonoro convencional das letras – P poderá representar a sílaba BA, por exemplo.
- Esse conflito (número mínimo de letra), acaba por ser deixado de lado, num determinado momento da evolução da criança predominando apenas a lógica da hipótese silábica .
Hipótese silábico-alfabética
- Neste nível a criança utiliza a hipótese silábica e alfabética da escrita, ao mesmo tempo - momento de transição: a criança não abandonou a hipótese anterior, mas já ensaia novos avanços.
- Esses avanços só podem ocorrer se forem oferecidas informações às crianças através de formas fixas que permitam o refinamento da aprendizagem do valor sonoro convencional das letras e das oportunidades de comparar os diversos modos de interpretação da mesma escrita.
Hipótese alfabética
- Aqui a criança já venceu todos os obstáculos conceituais para a compreensão da escrita – cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba – e realiza sistematicamente uma análise sonora dos fonemas das palavras que vai escrever.
- Não há a superação total dos problemas – ainda não domina as regras normativas da ortografia.
- Nesta produção, a criança dominou o código da escrita, mas não as regras ortográficas – perceba que ela não teve medo de escrever, o que não ocorre com a maioria das crianças quando iniciam a escolaridade;
- Essa inconstância com a ortografia não é permanente e a superação das falas depende de ensino sistemático, já que não são dedutíveis como a construção da escrita.
Observações Importantes
- O tempo necessário para avançar de um nível para outro varia muito.
- A evolução pode ser facilitada pela atuação significativa do educador, sempre atento às necessidades observadas no desempenho de cada estudante, organizando atividades adequadas e colocando, oportunamente, os conflitos que conduzirão ao nível seguinte.
- O uso da metodologia contrastiva, permitindo que a criança confronte sua hipótese de escrita com a forma padrão (nos diversos materiais de leitura já conhecidos) são um importante recurso para a estabilização da escrita ortográfica.
- A sistematização do processo de alfabetização se dará ao longo dos anos subseqüentes.
- Na medida em que a criança adquire segurança no contato prazeroso, contextualizado e significativo com a língua escrita, sua leitura torna-se mais fluente e compreensiva.
- Por meio da leitura, o estudante assimila, aos poucos, as convenções ortográficas e gramaticais, adquirindo competência escritora compatível com as exigências da escrita socialmente aceita.
- Desenvolve-se, assim, o gosto e o interesse pela leitura e a habilidade de inferir, interpretar e extrapolar as idéias do autor, formando-se o leitor crítico.
Importância da sondagem
É por meio da sondagem que o professor
poderá conhecer as hipóteses das crianças sobre a língua escrita e dessa forma
planejar as atividades, organizar as duplas e os grupos de acordo com as
necessidades de cada criança. A sondagem é uma
atividade essencial para que o professor conheça o quê e como cada criança está
pensando. Deve ser feita individualmente e sempre com palavras e atividades
inéditas.
Þ Palavras de um mesmo campo semântico (animais da floresta, doces,
frutas, material escolar...)
Þ 1 palavra polissílaba - 1 palavra trissílaba - 1 palavra dissílaba - 1
palavra monossílaba - 1 frase com uma das palavras ditadas.
A
sondagem deve ser feita com uma certa regularidade, uma vez a cada 15 dias ou
uma vez por mês, para que o professor possa acompanhar as etapas de cada
criança. Neste caso, o professor não deve interferir na escrita da criança.
Agrupamentos significativos:
- Pré-silábicos com silábicos
- Silábicos s/ valor sonoro com silábicos c/ valor sonoro
- Silábicos com valor sonoro com silábicos alfabéticos
- Silábicos alfabéticos com alfabéticos (ortográficos ou não)
- Alfabéticos não ortográficos com alfabéticos ortográficos
Sugestões de atividades para o nível pré silábico
• iniciar
pelos nomes das crianças escritos em crachás, listados no quadro ou em
cartazes;
•identificar o próprio
nome e depois o de cada colega, percebendo que nomes maiores podem pertencer às
crianças menores e vice-versa;
•classificar os nomes
pelo som inicial ou por outros critérios;
•organizar os nomes em
ordem alfabética, ou em “galerias” ilustradas com retratos ou desenhos;
•criar jogos com os nomes (“lá
vai a barquinha”, dominó, memória, boliche, bingo);
•fazer contagem das
letras e confronto dos nomes; confeccionar gráficos de colunas com os nomes
seriados em ordem de tamanho (número de letras).
•Fazer estas mesmas
atividades utilizando palavras do universo dos alunos: rótulos de produtos
conhecidos ou recortes de revistas (propagandas, títulos, palavras
conhecidas).
Atividades para nível
silábico em diante:
•fazer listas e ditados variados (de estudantes ausentes/
presentes, livros de histórias, ingredientes para uma receita, nomes de
animais, questões para um projeto);
•usar jogos e brincadeiras (forca, cruzadinhas, caça-palavras);
•organizar supermercados e feiras; fazer “dicionário” ilustrado
com as palavras aprendidas, diário da turma, relatórios de atividades ou
projetos com ilustrações e legendas;
• propor atividades em dupla (um dita e outro escreve), para
reescrita de notícias, histórias, pesquisas, canções, parlendas e
trava-línguas.
Descubra para que nível são esses jogos
1- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de
palavras e, em 7 delas, substitui uma letra por outra que não faça parte da
palavra. A criança deve localizar essas 7 substituição.
2- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de
palavras e, em 7 delas, inverte a ordem de 2 letras (ex: cachorro – cachroro).
A criança deve achar esses 7 erros.
3- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de
palavras e, em 7 delas, omite uma letra. O aluno deve localizar os 7 erros.
4- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de
palavras e, em 7 delas, acrescenta 1 letra que não existe. A criança deve
localizar quais são elas.
5- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido
(musica, parlenda, etc.) e substitui 7 palavras por outras, que não façam parte
do texto. O aluno deve achar quais são elas.
6- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido
(musica, parlenda, etc.) e omite 7 palavras. O aluno deve descobrir quais são
elas.
7- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido
(musica, parlenda, etc.) e inverte a ordem de 7 palavras. O aluno deve
localizar essas inversões.
8- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido
(musica, parlenda, etc.) e acrescenta 7 palavras que não façam parte dele. A
criança deve localizar quais são elas.
9- Caça palavras: a profª monta o quadro e dá só uma
pista: “Ache 5 nomes de animais” por exemplo.
10- Caça palavras: a profª monta o quadro e escreve,
ao lado, as palavras que o aluno deve achar.
11- Caça palavras no texto: a profª dá um texto ao aluno e
destaca palavras a serem encontradas por ele, dentro do texto.
12- Jogo da memória: o par deve ser composto pela
escrita da mesma palavra nas duas peças, sendo uma em letra bastão, e a outra,
cursiva.
13- Jogo da memória: o par deve ser idêntico e, em ambas
as peças, deve haver a figura acompanhada do nome.
14- Jogo da memória: o par deve ser composto por uma
peça contendo a figura, e a outra, o seu
nome.
15- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha
convencionalmente, colocando os desenhos para a criança pôr o nome. Mas, para
ajudá-las, faz uma tabela com todas as palavras da cruzadinha em ordem
aleatória. Assim, a criança consulta a tabela e “descobre” quais são os nomes
pelo número de letras, letra inicial, final, etc.
16- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha
convencionalmente, colocando os desenhos para a criança pôr o nome. Mas, para
ajudá-las, faz um quadro com todos os desenhos e seus respectivos nomes, para
que a criança só precise copiá-los, letra a letra.
17- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha
convencionalmente, colocando os desenhos para a criança escreva seus nomes.
18- Bingo de letras: as cartelas devem conter letras
variadas. Algumas podem conter só letras do tipo bastão; as outras, somente
cursivas; e outras, letras dos dois tipos, misturadas.
19- Bingo de palavras: as cartelas devem conter palavras
variadas. Algumas podem conter só palavras do tipo bastão; as outras, somente
cursivas; e outras, letras dos dois tipos.
20- Bingo: a profª deve eleger uma palavra
iniciada por cada letra do alfabeto e distribuí-las, aleatoriamente, entre as
cartelas. (+/- 6 palavras por cartela). A profª sorteia a letra e o aluno
assinala a palavra sorteada por ela.
21- Bingo: as cartelas devem conter letras
variadas. A profª dita palavras e a criança deve procurar, em sua cartela, a
inicial da palavra ditada.
22- Quebra cabeça de rótulos: a profª monta quebra cabeças de
rótulos e logomarcas conhecidas e, na hora de montar, estimula a criança a
pensar sobre a “ordem das letras”
23- Dominó de palavras: em cada parte da peça deve estar
uma palavra, com a respectiva ilustração.
24- Ache o estranho: a profª recorta, de revistas,
rótulos, logomarcas, embalagens, etc. Agrupa-os por categoria, deixando sempre
um “estranho” (ex: 3 alimentos e um produto de limpeza; 4 coisas geladas e 1
quente; 3 marcas começadas por “A” e uma por “J”; 4 marcas com 3 letras e 1 com
10, etc.) Cola cada grupo em uma folha, e pede ao aluno para achar o estranho.
25- Procure seu irmão: os pares devem ser um rótulo ou
logomarca conhecidos e, seu respectivo nome, em letra bastão.
26-
“Procure seu irmão”:
os pares devem ser uma figura e sua respectiva inicial.
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